30/11/08

Há Vida na Serra


Numa aldeia de 170 habitantes reside uma das associações mais dinâmicas da região. A cooperativa Terra Chã, nascida no seio do Rancho Folclórico de Chãos, localidade do concelho de Rio Maior, aposta em várias frentes para colocar a aldeia no mapa do desenvolvimento sustentado.

Que relação pode haver entre a criação de um rebanho comunitário e a preservação de uma espécie como a gralha de bico vermelho? A resposta, para quem não saiba, é dada pela Cooperativa Terra Chã, uma dinâmica organização sedeada em Chãos, aldeia da freguesia de Alcobertas, concelho de Rio Maior. O rebanho de cabra serrana ribatejana, outra espécie cada vez menos comum, vai permitir repor o equilíbrio ambiental em zonas da serra dos Candeeiros onde já não há pastorícia.

“Com o abandono dos campos os rebanhos deixaram de ir para a serra com regularidade. Porque têm alimento cá em baixo”, explica António Frazão, um dos dirigentes da Terra Chã. E sem predadores, a vegetação evolui, transforma-se e precipita a modificação da fauna que vive nesse ecossistema. É aí que entra o rebanho, uma espécie de fiel da balança que impede a modificação abrupta da flora e o desaparecimento da zona de espécies como a gralha de bico vermelho. “Está provado que o pastoreio é importante e tem de andar de mãos dadas com a preservação da natureza, acrescenta.
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13/11/08

Exposição nas Grutas de Mira de Aire


Se é um aficcionado, ou simples interessado pelas ciências da terra, ainda pode visitar a 1.ª Exposição de Mineralogia nas Entranhas da Serra D´ Aire, que está a decorrer até ao próximo dia 19 de Novembro no interior das Grutas de Mira de Aire.

"Espuma da Terra", é o título da exposição do Dr. António José Mendes Teixeira que põe a descoberto muitos dos segredos mineralógicos da Serra de Aire.
Aproveite e faça uma visita às grutas.
Uma das grutas mais bonitas e visitadas de Portugal!

Grutas de Mira de Aire
Descobertas em 1947, foram as primeiras a ser exploradas nesta região tão rica neste tipo de património, parte importante do Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros, situadas bem no coração do Maciço Calcário Estremenho.



A Entrada está a 200m de altura, chegando no interior a atingir 180 metros de profundidade.
A formação destas Grutas remonta há mais de 150 milhões de anos, na Idade Média Jurássica, altura em que os dinossáurios habitavam esta região, como ainda hoje se pode constatar no Monumento às Pegadas de Dinossáurios, aqui perto.

As Grutas possuem um sistema de iluminação e som próprio ao ambiente em que se inserem, oferecendo ao visitante uma rota pelo mundo das estalactites, por entre salas, galerias e cursos de água, como a Sala Vermelha, a Sala Grande, a Joalharia, a Cúpula majestosa, a Galeria, o Rio Negro e o Grande Lago, onde diversas e caricatas formações calcárias surgem a desafiar a imaginação dos visitantes, com nomes também sugestivos: a Alforreca, os Pequenos Lagos, o Marciano, a Boca do Inferno, o Orgão…
No final, observa-se ainda o grande espectáculo final da Água, da luz e do som.


02/11/08

Planta do PNSAC no combate à doença de Alzheimer


Os extractos de uma espécie de sálvia encontrada nas serras d’Aire e Candeeiros (Salvia sclareoides), podem ajudar a controlar o desenvolvimento da doença de Alzheimer. As conclusões são de um estudo conduzido por investigadores portugueses desde 1992 e que se encontra em fase de registo de patente.

“Vários extractos da espécie de sálvia que estudámos provocam inibições bastante potentes de enzimas envolvidas na patologia de Alzheimer”, disse à Agência Lusa Amélia Pilar Rauter, directora do Grupo de Quimica dos Glicidios da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que lidera a pesquisa com Jorge Justino, presidente do Conselho Directivo da Escola Superior Agrária de Santarém. (ESAS)



O estudo demonstrou a acção dos extractos desta espécie de sálvia em duas enzimas envolvidas nas neurotransmissões cerebrais o que, segundo Jorge Justino, não permite curar, mas controlar o progressão da patologia. A importância desta descoberta está no baixo custo, na actividade biológica relevante e na ausência de toxicidade. De acordo com este investigador, até a infusão em água (chá) desta planta pode ser utilizada como terapia na doença de Alzheimer. (...)

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01/11/08

Projecto de preservação da Gralha-de-Bico-Vermelho


Um rebanho de cabras, a instalação de um estábulo colectivo e a certificação do cabrito e do queijo da Serra dos Candeeiros podem ajudar a preservar a Gralha-de-Bico-Vermelho, ave em vias de extinção em Portugal.
A explicação está no projecto que a associação ambientalista Quercus e a Vodafone apresentaram em Chãos, freguesia de Alcobertas (Rio Maior), na parte sul da Serra dos Candeeiros, em área pertencente ao Parque Natural das Serras d'Aire e Candeeiros (PNSAC).



Para dar à Gralha-de-Bico-Vermelho, ave insectívora muito dependente de ecossistemas agro-pastoris extensivos criados pelo Homem, condições para garantir a continuidade da espécie, a Quercus elaborou o projecto no âmbito do programa "Criar bosques, conservar a biodiversidade 2008/2012".
A Vodafone abraçou a iniciativa, que tem uma duração prevista de cinco anos e um custo estimado de 150.000 euros, patrocinando-o na sua totalidade.

Além da criação de um rebanho comunitário, que inicialmente terá 50 cabras mas poderá chegar às 150, da instalação de um estábulo colectivo e de sala de ordenha e da certificação do cabrito e do queijo, o projecto prevê a intervenção em 12 algares frequentados ou com potencial de nidificação destas aves.
Para melhorar os habitats de alimentação, o projecto aposta na promoção do pastoreio de passagem, procurando na parceria com a comunidade local a garantia da sua continuidade.
Em Chãos, aldeia de 120 habitantes que não tem perdido população, existem três pastores, considerados "agentes de conservação da biodiversidade", disse.

O projecto da Quercus e da Vodafone enquadra-se no programa Business & Biodiversity, lançado pela União Europeia e que tem como principal promotor em Portugal o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).
O objectivo essencial deste programa é sensibilizar e envolver as empresas na problemática da biodiversidade, a par da Meta 2010, iniciativa lançada em 2004 por Governos, ONGs, empresas e outras entidades, na sequência da Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002, de que a Quercus é parceira.
Publicado no "O Mirante"



Mais informações sobre a A Gralha-de-bico-vermelho

Descobrindo a Serra de Aire e Candeeiros


O Testemunho do Vento
Sugere-se um percurso na Serra de Aire e Candeeiros, onde o vento desperta os sentidos, a água se esconde, as rochas brincam ao insólito e a aridez que nos envolve conta a história de uma serra difícil para o Homem, lentamente desbravada.


A Serra de Aire e Candeeiros é um grande bloco calcário, que se estende por 35000 hectares, definindo uma barreira física entre a Estremadura e o Ribatejo. As gentes que nesta terra desejaram viver travaram uma árdua luta para ganhar terreno ao solo rochoso, num processo de recolha de pedras para tornar os solos aráveis, e de pedra moldaram a paisagem, hoje composta por muros que se estendem num emaranhado de perder de vista, como se de uma teia de aranha se tratasse.

A geomorfologia desta serra representa o que de mais significativo existe em formações cársicas (1) no nosso país. Abrangido por grande parte da Serra de Aire e Candeeiros, o Maciço Calcário Estremenho marca 200 milhões de anos de violentos abalos sísmicos, da movimentação progressiva das placas téctonicas e da lenta erosão provocada pelas águas na macia rocha calcária.



É o mundo do silêncio. É o mundo das profundezas. É o mundo das insólitas formações rochosas. É também o mundo onde a água se esconde nas entranhas do mundo.

O fascínio das grutas, os secretos algares (2), as dolinas (3) e polges (4), os canhões cársicos (5) e os campos de lapiás (6) são manifestações naturais que nos surpreendem pela sua invulgaridade e que se multiplicam nesta serra de suaves recortes.

Mas não se podia falar na Serra de Aire e Candeeiros sem fazer referência ao Parque Natural que nela está circunscrito - o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros – que abrange os distritos de Leiria e Santarém, os concelhos de Porto-de-Mós, Alcobaça, Rio Maior, Santarém, Torres Novas e Ourém, e que foi criado com o objectivo de preservar todo o património cársico ali existente e toda a especificidade natural, cultural e patrimonial que tem marcado o viver e o ser desta serrania.

Sugere-se, então, para estes dias de Outono, em que as primeiras chuvas vão fazendo as suas aparições, um percurso nesta serra onde o vento desperta os sentidos, a água se esconde e as rochas brincam ao insólito.


Como Chegar:
Desde Porto-de-Mós, através da EN1, seguindo em direcção a Alcanede, pela EN 243, até chegar a Chão das Pias, seguindo até Poço da Chainça, onde tem início o percurso.

1ª Etapa – Escola Primária do Poço da Chainça – Lugar da Fonte
A Escola Primária do Poço da Chainça é uma pequena escola que, como tantas outras no nosso país, evidencia os sintomas do progressivo envelhecimento das populações dos meios rurais. Actualmente poucas serão as crianças que ali iniciam os seus estudos, mas parte da escola foi aproveitada como casa abrigo do Núcleo de Espeleologia de Leiria, revitalizando parte de um edifício destinado ao abandono. Das traseiras da escola seguimos a caminhada, atravessando a estrada que nos trouxe, e seguindo em frente (NO) por um caminho de terra batida, entre muros.

Sob os nossos pés podemos observar várias lajes calcárias e zonas de olival, intercalado com bosquetes de azinheiras de pequeno porte e eucaliptos. O chilrear dos rouxinóis ou dos pintarroxos compõe a banda sonora que nos acompanha durante a caminhada.



Subindo um pouco, chegamos a uma bifurcação onde, por um lado, temos uma cerca de madeira e, por outro, um estreito caminho à nossa direita. Seguimos este caminho entre muros, tomando a direcção do casario e da uvala (7), que em vários tons de verde se estende na nossa vista.

À medida que vamos descendo, podemos observar pequenas construções de pedra que servem de apoio à pastorícia e à agricultura. Esta é restringida às pequenas propriedades delimitadas por muros de pedra solta, localmente conhecidos como chousos, autênticos quebra cabeças, resultantes da retirada de pedras do solo, para que dele se possa tirar o sustento, tornando-o arável e propício à pastorícia. As referidas construções servem para arrecadar utensílios agrícolas e, simultaneamente, o abrigo de alguns animais de pequeno porte, como as simpáticas ovelhas ou as curiosas cabras que por ali pastam.


2ª Etapa – Lugar da Fonte – Subida para os Moinhos
Depois de uma descida entre muros e olivais, chegamos a uma estrada branca que iremos percorrer.

Na depressão consequente da uvala podemos apreciar a forma como os terrenos são divididos por chousos, onde predominam campos de cultivo anuais, sobretudo de batata, trigo, milho e aveia. Nestas zonas é frequente avistarem-se pequenos ouriços-cacheiros e ratos-do-campo, algumas espécies de aves, como a gralha-de-bico-vermelho e do peneireiro-de-dorso-malhado, que ali vão no Outono para se alimentarem dos restolhos, e também pequenos répteis.

Carvalhos frondosos, azinheiras e oliveiras, estas últimas marco do processo de humanização levado a cabo pelos monges de Císter de Alcobaça, no decorrer do século XVII, fazem parte da paisagem deste troço. Poderemos também apreciar a arquitectura de algumas casas que permanecem com a sua traça primitiva – a sua simplicidade e despojo denunciam o meio pobre onde se inserem, marcado pela ausência da água e pela escassez de solo arável.

Seguimos, calmamente, pela estrada branca entre muros até chegarmos a um espaço onde o chão se transforma numa laje imensa e formações rochosas, que evocam possíveis cenários da lua, afloram à superfície – são os campos de lapiás. Este espaço terá sido utilizado como eira, mas actualmente é só mais um dos pontos de passagem do nosso percurso, que prossegue, tendo como destino o Cabeço dos Carvalhos, onde se encontram altaneiros três moinhos.

Ali chegados, após uma subida exaustiva, podemos apreciar a vasta paisagem que se nos afigura: o castelo de Porto de Mós e as suas torres azuladas, bem como a pacata vila que se estende nas suas encostas.

É tempo agora de apreciar os moinhos de pedra, testemunhos da importância que a moagem teve na economia destas populações serranas, alguns, lamentavelmente, num estado avançado de ruína. Mas não será difícil imaginá-los com as suas velas brancas a rasgarem os céus e, com alguma sorte, algum deles encontrar-se-á aberto para podermos apreciar o que resta das roldanas e mós que outrora ajudaram a moer a farinha, que, seguramente, fez pão a muita gente.
Ainda no Cabeço dos Carvalhos é também de apreciar uma construção de pedra utilizada como eira e cisterna. Devido à grande permeabilidade dos solos calcários, que torna a água escassa à superfície, foram criadas as cisternas como meio de aproveitamento das águas pluviais.


3ª Etapa – Cabeço dos Carvalhos – Fórnea – Escola Primária de Chão das Pias
É tempo agora de descermos o monte dos moinhos e andar um pouco pela estrada de alcatrão (direcção SE), até encontrarmos um pequeno atalho do nosso lado esquerdo, o qual tomamos.

Mais uma vez a paisagem se vai compondo de chousos, que simbolizam também o início da apropriação das terras, que até alguns séculos atrás não pertenciam a ninguém, quando o principal meio de sustento era a caça, a pastorícia e a apicultura. Com a introdução de técnicas agrícolas, cada pedaço de terra arável passou a ter grande importância, e o ofício de encaixar as pedras calcárias que abundavam naquela serra, para dela delimitar os terrenos e torná-los aráveis, tornou-se no factor de humanização mais marcante desta paisagem.

E assim continuamos entre muros, que encerram campos verdejantes, onde vacas pastam serenamente, e o tempo tem o seu próprio tempo.

Não se espante se durante a sua caminhada encontrar fósseis de fauna e flora marítima. Estes são provenientes de depósito sedimentares no fundo dos oceanos, que com os movimentos das placas continentais oceânicas emergiram após milhares de anos.

Vamos subindo pelas encostas até nos depararmos com uma formação que serve, por si só, de motivo de visita – a Fórnea. Nome popular que deriva de forno, a Fórnea é um grande anfiteatro natural resultante da erosão cársica, onde os seus 525 metros de encosta abrupta constituem uma das formações geomorfológicas mais interessantes do parque natural. Vale a pena aproveitar para sentir o vento, apreciar o silêncio e a grandeza da Natureza.

Continuamos entre muros até à pequena localidade de Chainça, e daí seguimos novamente até à escola primária, onde damos por terminado o nosso percurso.

No Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros pode também visitar: as Salinas de Fonte da Bica em Rio Maior, que são as únicas não marítimas no nosso país; as grutas de Stº António, Mira d’Aire e o Algar do Pena; os Olhos de Água na nascente do Rio Alviela, que abastece de água grande parte de Lisboa.; as Polges de Minde e Alvados; as Dolinas do Arrimal; o Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios e a Reserva de Burros.

Estas são, sem dúvida, razões mais do que suficientes para desejar conhecer esta zona tão peculiar do nosso País e para aliar o pretexto de uma caminhada, que é sempre saudável, a um fim-de-semana diferente.



(1) Formações Calcárias;
(2) Aberturas naturais de progressão vertical, que originam grutas. Só na Serra de Aire e Candeeiros são mais de 1500;
(3) Depressões de forma circular e de fundo preenchido por sedimentos, mais largas do que profundas, que podem eventualmente estar ligadas a um algar;
(4) É também uma depressão de fundo plano, resultante da corrosão das rochas de vertentes abruptas, onde desaguam as águas existentes nas nascentes ubterrâneas, formando, geralmente no Inverno, grandes lagos na sua depressão;
(5) Gargantas profundas talhadas na rocha por cursos de água, cuja origem é externa e que se afundam no seu leito;
(6) Formas resultantes da dissolução da rocha por infiltração de água, que confere à paisagem aspecto árido.
(7) Formação cársica que se assemelha a um vale, resultante da coalescência de dolinas

Texto : Joana Oliveira
Fotos : Joana Oliveira, Rui Cunha, José Romão
Artigo publicado no site : NATURALINK
Naturaliink - A ligação à Natureza - site recomendado

PNSAC - Novo Plano de Ordenamento


Parque Natural Serras de Aire e Candeeiros revê plano de ordenamento.
O plano de ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), em revisão desde 1998, deve estar concluído até final deste ano, permitindo adaptar à realidade actual um instrumento de planeamento elaborado há duas décadas.

José Alho, director do PNSAC, disse à agência Lusa que o plano de 1988, embora fosse dos poucos "eficazes" existentes num parque natural, era demasiado "estático", não acompanhando as dinâmicas do território, tanto ambientais como de natureza sócio-económicas.
"Nas últimas décadas houve alterações significativas no uso do solo - por exemplo, perdeu-se 80 por cento do olival - e, contrariando o lugar comum de que as áreas protegidas perdem população, esta cresceu 2,5 por cento", afirmou.

Justificando o facto de a revisão do plano de ordenamento se arrastar desde 1998, José Alho assegurou que não se trata de um "atraso negligente", resultando antes da necessidade de "concertar os interesses dos vários sectores" envolvidos, de forma a evitar conflitualidades futuras.

Ocupando uma área de 40.000 hectares, repartidos pelos concelhos de Porto de Mós (distrito de Leiria), Rio Maior e Santarém (distrito de Santarém), o PNSAC integra um conjunto de actividades económicas, importantes para o sustento das populações residentes e para a própria economia nacional, que houve necessidade de disciplinar para não pôr em causa esta área protegida, criada em 1979, frisou.
Uma das preocupações do plano de ordenamento, que se encontra em discussão pública até 03 de Maio, é "não afrontar" actividades económicas como a extracção de inertes, que vai ser consolidada em quatro zonas.

Com perto de 600 pedreiras em laboração, numa área com cerca de 660 hectares, na sua maioria pequenas estruturas familiares para extracção de pedra de calçada, mas também de laje e ornamentais (estas de maior dimensão), o PNSAC tem procurado ter uma "intervenção pedagógica", sublinhou.

A abertura de pedreiras está limitada aos locais definidos no plano e uma nova pedreira só pode ser aberta quando outra é encerrada e recuperada, de acordo com o estudo de impacto ambiental, obrigatório por lei, permitindo-se a exploração de uma área igual à recuperada mais 10 por cento, disse.
"Os receios de que se vai matar a actividade são deitados por terra com o que está previsto no plano", afirmou José Alho.

Quanto às suiniculturas, o responsável do PNSAC afirmou que, "identificado um problema ambiental grave", sobretudo na zona de Alcobertas (Rio Maior), em 1993 foi criado um sistema de recolha dos efluentes para produção de biogás que serve de combustível a um motor de co-geração que produz energia vendida à Rede Eléctrica Nacional.

Além deste sistema pioneiro, desenvolvido em parceria com a Associação de Desenvolvimento das Serras d'Aire e Candeeiros (ADSAICA), foi ainda criada uma estação colectiva de tratamento de efluentes suinícolas, que permite o aproveitamento para fins agrícolas, adiantou, lamentando que esta experiência não seja seguida noutros locais do país que revelam o mesmo tipo de problema.

Albergando o segundo maior reservatório de águas subterrâneas do país, o PNSAC vai candidatar ao próximo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) um projecto que visa saber a quantidade de água que cai e ter a percepção da poluição, embora haja a noção de que já não há "situações gritantes", afirmou.
Segundo José Alho, as situações preocupantes, como a contaminação das águas pelas suiniculturas ou pela indústria têxtil de Minde e Mira d'Aire (em decadência), estão praticamente resolvidas com os sistemas de tratamento, embora por vezes ainda se verifiquem "descargas criminosas".

O PNSAC tem ainda um forte potencial turístico, abrangendo duas jazidas com pegadas de dinossáurios de dimensão internacional, a Pedreira do Galinha e Vale de Meios (actualmente em processo de classificação), além dos algares, com formações espeleológicas.
Por outro lado, criou uma carta de desporto na natureza, que regulamenta actividades como o todo-o-terreno, o parapente e os percursos pedestres.

As serras de Aire e Candeeiros são o mais importante repositório das formações calcárias existente em Portugal, base da sua classificação como Parque Natural.
A sua paisagem é marcada por falhas, escarpas e afloramentos rochosos, sem cursos de água superficiais, pois estes correm através de uma intrincada rede subterrânea, sendo o coberto vegetal marcado por pequenas manchas de carvalho cerquinho e azinheira.
Publicado em 29 Abril 07 »»» "MINDE-ONLINE"



COMENTÁRIO:
Já lá vai um ano e meio desde o anúncio do novo regulamento. O que é que mudou? Palavras, reuniões. mapas, papeladas, etc., mas no designado Parque não se passa nada. Nem, ao menos, um site informativo.

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Benvindo ao
Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros


Este é um blog "não oficial" , que se propõe divulgar e debater as mais diversas questões relacionadas com o parque. Colabore connosco !!



É um Parque Nacional com 40 000 ha de área e que abrange os concelhos de Alcanena, Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Santarém, Torres Novas e Rio Maior.
É o mais importante repositório de formações calcárias em Portugal, com imensas grutas, algares e uma grande rede hidrográfica subterrânea.
Integra o maior trilho do mundo, com 147m, de Pegadas dos Dinossáurios com 175 milhões de anos .

A Vila de Minde ocupa um local estratégico no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.